GAROTO DE 15 ANOS ASSINA TRABALHO NA ‘NATURE’
Image credit: NASA/JPL-Caltech/UCLA
O estudo que foi destaque de capa da revista
Nature esta semana traz uma série de fatos fascinantes. A maioria deles é de
caráter científico: os pesquisadores descobriram que metade das
galáxias-satélites que estão “no entorno” (em distâncias que variam de 100 a
1.300 anos-luz) da grande galáxia de Andrômeda estão alinhadas num mesmo plano
orbital e giram em torno de seus próprios eixos com uma velocidade “sintonizada”
com a de Andrômeda … ou seja, são estruturas que fazem parte de um conjunto e
estão conectadas de alguma forma; o que contraria as teorias atuais sobre
formação de galáxias.
Andrômeda está a 2,5 milhões de anos-luz de nós e é a galáxia gigante mais
próxima da Via Láctea (a nossa própria galáxia), o que permite estudá-la em
grande detalhe. A foto
acima, divulgada em fevereiro de 2010 pela Nasa, mostra a galáxia no
espectro infravermelho, em que azul representa a luz de estrelas mais velhas e
vermelho, amarelo e laranja representam estrelas mais jovens e recém-nascidas.
Dá para ver também na imagem algumas das galáxias-satélites menores no entorno
dela.
(Uma outra imagem bem bacana de Andrômeda, em luz visível, pode ser vista neste link)
Outro fato curioso sobre o trabalho é um “fato-satélite”, de caráter mais
pessoal, divulgado hoje pelo jornal francês Le Figaro: Neil Ibata, um dos
co-autores do trabalho, tem apenas 15 anos e é o filho do autor principal,
Rodrigo Ibata, do Observatório Astronômico de Estrasburgo, na França (que,
apesar do nome português, não é brasileiro). Provavelmente um dos “cientistas”
mais jovens da história a assinar um trabalho na Nature — uma das mais
prestigiadas revistas científicas do mundo, na qual foi publicada, por exemplo,
o estudo de Watson e Crick que revelou a estrutura de dupla hélice do DNA, o
sequenciamento do genoma humano e coisas desse tipo (apenas dois exemplos da
biologia que eu tenho na ponta da língua).
A reportagem
do Le Figaro conta que o jovem Neil foi o primeiro a detectar que as
galáxias rodavam em velocidades sincronizadas, aoós rodar os dados coletados
pelo pai em um programa de computador que ele desenvolveu. Rodou para lá, rodou
para cá, e acabou na Nature. Imagine só! … Ele assina o trabalho como
“pesquisador” da sua escola, o Liceu Internacional de Pontonnier. Nada mal para
um garoto de 15 anos! Esse tem estrela, com certeza.
Realmente um garoto notável.
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